O Agrupamento de Escolas Abel Salazar, em Matosinhos, integrou no horário curricular de 500 alunos um programa de educação socioemocional para que estes ganhem “consciência social, de si e do outro”, disse hoje à Lusa a responsável pelo projeto.
O programa ‘Calmamente® — Aprendendo a Aprender-se´, criado há cinco anos pela associação Mente de Principiante, foi integrado este ano letivo no horário curricular de alunos do 3.º ao 5.º ano, entre os 08 e 11 anos, divididos por 19 turmas de quatro escolas deste agrupamento escolar, afirmou Andreia Espain, fundadora desta associação e responsável pela autoria e coordenação do programa.
Andreia Espain explicou que este programa tem sido aplicado em diferentes escolas do país, mas não como parte integrante do horário curricular, tal como acontece este ano neste agrupamento escolar de Matosinhos, no distrito do Porto.
“Em alguns casos, este é uma atividade complementar, aplicada pelos professores no âmbito da disciplina que lecionam”, referiu.
Mas, frisou, ao ser colocada no horário curricular dos alunos passa a ser uma disciplina como outra qualquer.
O objetivo do ‘Calmamente® — Aprendendo a Aprender-se´ é sensibilizar os alunos para as competências socioemocionais e dar-lhes ferramentas que lhes permitam ter maior autoconhecimento e consciência social, de si e do outro, ressalvou.
Potenciar competências de comunicação, empatia e resolução de problemas é outro dos propósitos, contou.
Desta forma, os alunos conseguem perspetivar as coisas de maneira diferente, respondendo às diversas situações de forma eficaz e efetiva, entendeu Andreia Espain.
“Nos dias que correm, torna-se ainda mais fundamental educar crianças e jovens a ver o mundo de dentro para fora”, frisou.
A coordenadora do programa ressalvou a importância de a educação ser integral, ter a vertente cognitiva, mas também emocional, competência a que se deveria dar “mais relevância”.
Num ano atípico devido à pandemia de covid-19, que obrigou as escolas a encerrar e a ter aulas online, Andreia Espain considerou que este programa assume “maior importância e sentido”.
“Com o programa ajudamos as crianças e jovens a regular-se e a estar em paz consigo perante a incerteza do momento atual”, afirmou.
As aulas são dinamizadas por uma equipa da associação Mente de Principiante, composta por professores e psicólogos, que são externos ao agrupamento escolar e que lá vão apenas para lecionar o programa.
Andreia Espain, que classificou a entrada da educação socioemocional no ensino público e em horário curricular como uma conquista, gostaria que este fosse o futuro.
Este programa tem a duração de um ano e é cofinanciado pelas Academias Gulbenkian do Conhecimento, sublinhou.